Jovens, o nosso futuro e a sua velocidade!

primeiro emprego

Me flagrei lembrando de quando entrei no mercado de trabalho, eu tinha 16 anos, tinha terminado o primeiro grau e havia me matriculado para estudar à noite. Meus pais não precisaram me alertar, eu sabia que precisava buscar alguma opção para viabilizar os meus sonhos e assumir o controle da minha vida. Preenchi ficha, naquele tempo não se mandava currículo, em duas empresas: um supermercado ao qual me candidatava a empacotador e uma metalúrgica onde posteriormente seria contratado como auxiliar de almoxarifado. Assim comecei em 1987 minha primeira atividade profissional. Com o primeiro salário, fiz uma prestação para comprar uma bicicleta, que se tornaria minha companheira diária rumo às minhas conquistas.
Atualmente, escuto líderes criticando o comportamento dos jovens, mas lembro que naquela época eu também era um estranho aos olhos dos meus líderes, pois estudava todas as noites e pretendia fazer faculdade, não sonhava em empreender. Questionamos as prioridades dos jovens, a velocidade com que decidem redirecionar as suas carreiras, mudar as suas opções de futuro. Certamente, ainda queremos impor a eles o nosso modelo de sucesso e felicidade. Não percebemos que possivelmente já estamos ultrapassados.
Acredito que boa parte dos jovens pensam no seu futuro, talvez não tenham toda a clareza de como alcançá-lo, mas vão tateando nas diversas opções do atual mercado de trabalho e educação e na sociedade que estão inseridos. Vivem a experiência da diversidade, fazem escolhas que muitas vezes nos incomodam pois não estão comprometidos com os velhos hábitos e discursos sociais ou empresariais. Buscam encontrar seus reais talentos e, quem sabe, viver de forma harmônica.
Adaptabilidade, essa é a palavra que deve nortear os líderes atuais. Não faz muito tempo, se afirmava que o mais rápido é quem venceria o mais lento, hoje certamente vai vencer quem se adaptar melhor. Parece fácil, mas isso requer novos paradigmas, precisamos ter a mente aberta para enxergar além dos nossos dogmas e experiências.
“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”, dizia Albert Einstein.
Felizmente, o ímpeto da juventude é motivacional, atropela as ideias dos conservadores e faz com que os mais morosos se movam e se adaptem as demandas do “mundo moderno”. Me cabe perguntar, você vai ficar aí parado?

Albano Mayer – Diretor da SIMBRASIL

Artigo publicado em 07/09/2019 no Jornal A Hora de Lajeado.

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