ARTIGO “A Solidão da Liderança”

A Solidão da Liderança

Líderes são pessoas comuns com princípios sólidos, imbuídas de responsabilidades diferenciadas, que assumem um compromisso com o resultado coletivo, abdicam de muitas das suas individualidades e com o propósito de atender o bem comum.

Assumir o papel na liderança é um momento que requer reflexão, é uma decisão difícil e devemos estar preparados para suas consequências, invariavelmente com os caminhos que optamos por seguir, perdemos amigos, colegas, parceiros, liderados e seguidores. O resultado disso é que diariamente temos menos pessoas com quem podemos compartilhar as nossas dúvidas, desafios ou questionamentos, perdemos boa parte dos nossos interlocutores pelo peso da responsabilidade que assumimos.

Mas como resolvemos essa celeuma? Sem decidirmos?

Um dos princípios que rege a Liderança de Resultados é a tomada de decisão, devemos lembrar que toda decisão tem consequências e cabe ressaltar que “a indecisão é a pior decisão”.

Um líder precisa aprender a decidir, esta é uma das grandes expectativas da sua equipe. As melhores decisões são tomadas baseadas em fatos, dados, ideias relevantes e coletivas, porém ao decidirmos encontrar apoiadores e divergentes, pessoas que nos seguirão, ou não, para a consecução do objetivo traçado.

E como tomamos as melhores decisões?

Acredito que o segredo está na construção da decisão a ser tomada, no envolvimento da equipe e na formulação desta decisão, ninguém disse que todas as decisões deveriam ser tomadas exclusivamente pelo líder, eis uma crença errônea sobre o individualismo na condução das equipes. Existem decisões, que ao entendermos a maturidade da nossa equipe, devemos compartilhá-las, e outras decisões que são de nossa responsabilidade e precisamos tomá-las com convicção. Outro ponto que considero essencial é a nossa segurança e responsabilidade sobre a decisão tomada, assumirmos o que decidirmos, mesmo que a decisão seja construída pela equipe, devemos lembrar que a responsabilidade sempre será do Líder!

Mas mesmo com as decisões compartilhadas e construídas de forma coletiva, líderes ainda vivem o desafio da sua solidão. Com quem realmente podemos contar com franqueza e desinteresse individual? Quem está do nosso lado e comprometido com objetivo da nossa equipe? Quem terá a coragem e argumentação necessária para desafiar o líder quando ele não está no caminho correto? Estas e muitas outras perguntas poluem a mente do líder, mas o que fazer?

Temos duas opções que devem ser consideradas:

A primeira seria aceitar totalmente a solidão e com o tempo nos tornar um “Líder Eremita”, o resultado é que possivelmente não teremos equipe ou seguidores em um futuro não muito distante, perderemos a habilidade de desenvolver pessoas e transitar entre elas, o que certamente resultará em término da nossa liderança.

A segunda, a qual acredito, é recusar esta condição de solidão, mesmo sendo esta imposta muitas vezes pela minha necessária autoridade, penso em alguns caminhos a seguir, um bom líder precisa saber correr riscos, como escolher pessoas para sua mentoria e com estas compartilhar a carga das suas decisões.

Outra opção é a formação de seus sucessores, o líder deve sempre formar candidatos claros a sua sucessão, com estes deve criar laços de desenvolvimento atuando claramente como seu coaching, um excelente exercício de confiabilidade e liderança, é envolver seus possíveis sucessores na tomada de decisão, instigá-los a decidir e conforme as suas posições ir redirecionando, ajustando até que estes tenham segurança para decidir conforme seus princípios e valores.

Um bom Líder precisa acreditar nas pessoas, entender as suas limitações, acreditar no seu desenvolvimento e potencial de mudança, precisa aprender a entendê-las de forma integral, traspassando o envolvimento profissional, bons lideres sabem “ler pessoas”. É de responsabilidade do líder usar o potencial máximo dos membros da sua equipe, seus talentos e habilidades, que por vezes é desconhecido pelo próprio liderado.

E quanto a solidão, não tenho uma resposta final ou única para esse desafio, entre tantas inquietudes que compõe a liderança, penso que esta também é uma tarefa para o líder resolvê-la.


Albano Mayer

albano@simbrasil.com.br
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